quinta-feira, 25 de outubro de 2007


Cinzas da Escuridão

Perdido nessa imensa escuridão,

olho ao meu redor e não consigo

desprender-me daquilo que me

tirou a angústia do aparente incerto.

Estou na luz, mas ao mesmo

tempo no mar morto da escuridão,

tento e não consigo,

não consigo ser ouvido,

não consigo ser notado,

apenas por aqueles que se

aproveitaram do

meu corpo em plena luz,

enquanto estou gemendo na imensa escuridão.

O que fazer? Aceitar?

Contestar? Como, se não posso

ser ouvido, se não posso ser notado.

Fui esquecido pelas chamas

que queimam a cera da vela,

que a qualquer instante podem

deixar de cumprir o seu papel.

Mundo, mundo, mundo de escuridão

onde a fala não pode ser ouvida,

onde o grito não pode ser notado

e onde a chama virou fumaça

e eu,cinzas da escuridão.